...Sou toda coração... Brisa feliz... Tormenta... Orquídea em árvore feia... E sendo orquídea despetalo sob a tempestade pra então florescer na primavera... "Metade de mim é amor e a outra metade, também."
sábado, 24 de outubro de 2009
Triste despertar
Saudade
...
Me deflora a saudade.
Me arde a alma. Asfixia. Um rasgo de dor.
Confusa que estou, sinto seu cheiro.
Soluço no carro. Aumento o som.
Seu lado na cama intocado, sua foto empoeirada do lado...
Por onde descansa? Por onde sonha? Não me responda...
A cada pulsar um só anseio... Dura necessidade.
Nada de calma só nostalgia pura de fato.
Não sara minha alma.
Meu peito não sela. Só sangra.
Lágrimas vertem e aquiescem a dor,
Laconica, me faço de rogada e passeio entre os normais.
E em um breve e real instante me esfacelo e me entrego.
Não posso mais.
Não mais tenho paz.
Tudo me leva, me faz, me traz,
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Odeio Chico
O silêncio daquela noite fria de inverno interiorano dizia tudo que a incapacidade de ser grosseira e radical não permitia. Ela crescera reprimida demais pra se tornar militante de suas idéias. Preferia o silêncio orgulhoso e livre, dos seus pensamentos.
Enquanto aquela conversa desagradável se desenvolvia a margem de sua vontade, ela alheia se permitia vagar pelo verde da grama a sua volta que se misturava ao lodo do quintal de suas lembranças. Até se perguntava porque na infância os invernos eram mais longos e mofados.
Aquele nó na garganta, resultado do vômito ruminado que era suportar tão ultrajadamente aquelas idéias retrógradas e arrogantes sobre o outro, ia tomando forma e até a fazia pensar que era pior do que o autor de tais pensamentos. Ele deveras acreditava. E ela na sala de estar do admirador de Hitler... Por ironia do acaso, teria de aceitar sua hospitalidade e lhe sorrir em gratidão. Comeria e beberia docilmente, sem questionar, ou manifestar o abismo que os separava. Apenas cearia e acenaria como e o esperado dela.
Aprendeu ao longo da vida congelar um meio sorriso. Monalisa... Uma máscara indecifrável que a protegia da timidez, raiva e qualquer outra emoção considerada inferior, ou ao menos a manifestação desta. Nem sequer seu companheiro de três anos seria capaz de penetrá-la, talvez nem mesmo sua mãe pudesse fazê-lo. Assim cerrou os dentes dentro da máscara e atravessou a ponte que aquelas horas representaram gastando um pouco mais seus incisivos centrais. A essa altura era quase cômico ouvir pacientemente os relatos pouco razoáveis que quem logo pra começar afirmou: ” -Odeio Chico Buarque.” O que por si só daria uma tese inteira sobre o assunto. Ela ficou ali sentada, olhando e pensado, quem poderia odiar Chico Buarque de Holanda. Aquele semi deus, genial, inspirado, talentoso... Aquele ser de olhos iluminados e humor típico dos muito inteligentes, dono das palavras mais certeiras e únicas e que ainda por cima tocava violão!!!! Ah claro! Esqueci de dizer meio morador do Rio e meio morador de Paris, poeta, ele também era capaz de despertar paixões nas mulheres mais recatadas e óbvio muita inveja nos medíocres. Não à toa ela escolhera como tema de seu amor Joana Francesa e atenta a ele, o seu amor, que ali sentado dedilhando o violão a transportava ao estado mais delicado e puro da alma. Entre Joana Francesa e a ditadura ela exultou quando seu amado defendeu a democracia, sutilmente, educadamente e politicamente como convinha a um excelente analista da situação.
Mais tarde porém, mais exatamente no fim de semana que se seguiu, ela descobria que sua máscara não era assim tão eficiente. O seu amado lhe confidenciou que quase rezara pra que ela não entrasse em erupção e abrisse um debate caloroso naquele sábado de inverno. Claro que um diálogo com alguém que preteria Kleist, Schiller, irmãos Grimm, Nietzche e sabia até a musica preferida de Hitler, e olha que nem falo em Brecht ou Marx. Tantos alemães brilhantes e admiráveis trocados por Hitler! Um pouco cômico ficar agora imaginando: 1,5m de altura de livros sobre Hitler. Era quase sua própria altura! O tamanho da coleção do fã!
Menos cômico imaginar que a ignorância pode ser um estado ou uma escolha. Como poderíamos afirmar que a ditadura no Brasil foi branda? O totalitarismo de qualquer espécie deveria por si so ser desprezível. Ela que tinha liberdade em sua essência e a arte como forma de vida se entristecera ao saber que muitos morreram e morrem porque alguns não compreenderão jamais o valor de uma vida. E tal qual o cheiro da umidade da noite, aquela bruma pesada como seus pensamentos agora, inerte, pairando sem pressa, sem vontade de reagir, ficou, apenas ali, existindo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
James Joyce
"Mamãe está colocando minhas roupas novas (de segunda mão) em ordem. E está rogando agora, para que eu possa aprender na minha própria vida, e longe do lar e dos amigos, o que o coração é e o que ele sente. Sê bem vinda ó vida! Eu vou ao encontro, pela milionésima vez, da realidade da experiência, a fim de moldar,na forja da minha alma,a conciência ainda não criada da minha raça." James Joyce
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
13 graus
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Oração
TENHO FÉ E MUITA SORTE.
SOU FELIZ E INTELIGENTE.
VIVO POSITIVAMENTE.
TENHO PAZ E SOU UM SUCESSO.
TENHO TUDO QUE EU PEÇO.
ACREDITO FIRMEMENTE
NO PODER DA MINHA MENTE.
PORQUE EU SEI QUE TEM UM DEUS LÁ
NO MEU SUBCONSCIENTE.