quarta-feira, 8 de agosto de 2012

do inferno ao céu


do céu ao inferno


ao bel prazer gotas inebriantes
dominam o teu ser
mutilam minha alma
que passeia serena e calma
disforme de dor
tragas em cada gole seco
sombras de lucidez que esvaem
pingam e rugem sofridas
nos ecos das vozes perdidas
últimos raios de lua fria
banham pranto meu
tirando sono seu
ou não
brincando de amor cruel
gela e treme a carne
qual frio profundo e hirto
sangra derrama e arde
sem pudor se despede
nem doçura nem nada
dessa vez
outra vez
e de novo
só loucura
assim então pela última vez
fissura fina
na pele esquelética e alva
transcende calma
e se salva.

sábado, 26 de maio de 2012

suspiro

em um suspiro a dor da solidão delatada e frágil...
uníssona.
cruel.
descansa sua cabeça descalça de amarras e compromissos ao lado.
velada, a noite longa ecoa calmamente,
entre ponteiros e gotas de fel.
não ouve não pensa não transcende...
ressente.
se é que me entende:
é armadilha a solidão a dois.
entre paredes mudas,
gota a gota mina em olhos rasos e lindos...
brota no seio uma dor,
bem no meio.
qual lago raso, sereno, casa e ninho de serpente,
no pranto da pele fria e carente,
sua imagem pálida ofende.
os goles quentes de ausência amanhecida,
prenúncio de medo do silêncio da alma,
calada, gelada, mal amada e esquecida
em cima do travesseiro amassado e do avesso.
gêmea ouvi do vento.
mas ele se foi sem rastro.
e do lado nem retrato nem lastro.
um sonho não dormido e não vivido,
que um dia quase foi.






quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sol

A flor da pele te trago em mim

Tatuada está, o que tenho de mais profundo

Minha moradia, o meu fim

És meus dias, minha razão, meu mundo


A melhor para falar do amor

A melhor para cantar a vida

Para curar minha ferida, ardida

E todas as partidas... meu ar


A flor da pele o meu Sol, Maior

Profundo demais

Sensível demais

Ah meu amor, minha paz


Quem pode não ver se lágrimas transbordam

Minha lida é linda música tema

Quem pode não ver se vale tanto a pena

A música é minha vida, meu poema


É o sol, sol maior, só

Só você entende, me rende

Me tem


Quem pode não ver se é tão difícil agüentar

A vida só é vivida com inspiração

Quem pode não ver e não se entregar

As notas vibram no meu coração em doce refrão


Tão grande, tão forte

qual norte da minha vida

tal cura na cifra e no tom

Meu som, meu dom

de dó em dó, de sol em sol

Sol Maior, estou só

(LA SI DO RE MI...)

Meu farol, meu cais

Amor infinito, imortal

Contigo nunca é ponto final