sábado, 26 de maio de 2012

suspiro

em um suspiro a dor da solidão delatada e frágil...
uníssona.
cruel.
descansa sua cabeça descalça de amarras e compromissos ao lado.
velada, a noite longa ecoa calmamente,
entre ponteiros e gotas de fel.
não ouve não pensa não transcende...
ressente.
se é que me entende:
é armadilha a solidão a dois.
entre paredes mudas,
gota a gota mina em olhos rasos e lindos...
brota no seio uma dor,
bem no meio.
qual lago raso, sereno, casa e ninho de serpente,
no pranto da pele fria e carente,
sua imagem pálida ofende.
os goles quentes de ausência amanhecida,
prenúncio de medo do silêncio da alma,
calada, gelada, mal amada e esquecida
em cima do travesseiro amassado e do avesso.
gêmea ouvi do vento.
mas ele se foi sem rastro.
e do lado nem retrato nem lastro.
um sonho não dormido e não vivido,
que um dia quase foi.